Olá, pessoal. Hoje trago a resenha de um clássico da
literatura russa o qual sempre tive muita curiosidade em ler, mas por ser um livro
grande de quase 900 páginas sempre fui deixando para depois.
Finalmente, veio um dia de inspiração e comecei a
leitura. A primeira frase já me impactou: “Todas as famílias felizes se
parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”
A primeira edição do livro completo foi lançada em 1877,
porém antes já eram publicados trechos dela em uma revista. Liev Tolstói teve
muitos problemas durante o processo de escrita, algumas dificuldades pessoais e
outras com o seu próprio livro, querendo até mesmo desistir de terminá-lo.
O livro aborda dois personagens principais: Anna e Liévin,
este que se assemelha muito com o próprio escritor até mesmo na grafia do nome.
Por sua vez, Anna é casada e tem um filho com Aleksiei Aleksándrovitch, um
homem muito importante dentro da aristocracia russa. Ao longo do enredo, Anna
se envolve com Vrónski e larga tudo para ter uma vida junto com ele.
O livro aborda muitos temas: o adultério, a morte, a loucura,
o descontrole emocional e é carregado de um realismo crítico que se liga ao
contexto social da época. A agricultura russa também é outro tema muito
abordado na obra, principalmente nas passagens do personagem Liévin.
A escrita realista do livro foi o que me fez amá-lo. A
construção dos personagens, de suas emoções obscuras e de seus pensamentos é muito
genial. Não temos uma romantização do adultério, mas somos expostos a realidade
dos sentimentos humanos, somos expostos a realidade da vida e do que acontece,
principalmente frente ao papel da mulher perante a importância de se ter uma
família. E a literatura tem como objetivo mostrar que certas coisas existem, as
pessoas gostando ou não. E essa é a parte genial, ser colocado em uma realidade
diferente, dentro de pensamentos de personagens que se assemelham completamente
as pessoas da vida real. Existe uma passagem do livro a qual exemplifica isso: “Se há tantas cabeças quantas são as maneiras de
pensar, há de haver tantos tipos de amor quantos são os corações.”
Um outro ponto incrível do livro é a
dúvida que ele deixa no final. O leitor (ou pelo menos eu), não consegue
identificar se Anna estava certa quanto as suas dúvidas sobre a fidelidade de
Vrónski ou se ela enlouqueceu, pois não temos acesso aos pensamentos de
Vronski, apenas somos jogados dentro da loucura de Anna e de suas afirmações. E
nisso, ele se assemelha ao livro de Machado de Assis, Dom Casmurro.
A edição que eu li foi distribuída pela editora
CosacNaify e fiz a leitura pelo Kindle. A capa é maravilhosa, a revisão é
maravilhosa e a tradução foi feita o mais fiel possível, segundo o tradutor
Rubens Figueiredo. A leitura demora um pouco para ser finalizada, pois a escrita
do livro por não ser tão fácil, pode deixar o leitor cansar em um período de
tempo mais curto, mas quando lemos um clássico temos que ter em mente isso.
Para finalizar, gostaria de indicar o
filme Anna Karenina de 2012, dirigida por Joe Wright, o mesmo diretor de
Orgulho e Preconceito de 2009. Eu me apaixonei pelo filme, sua fotografia é
maravilhosa, mas a história dá mais enfoque a Anna do que o personagem Liévin e
deixa mais dúvidas sobre os reais sentimentos de Vrónski do que o livro.
Avaliação: 5/5
Autor: Liev Tolstói
Ano da edição: 2005
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