[Resenha] Psicose - Robert Bloch

Olááá geeks!

A resenha de hoje é de um livro que eu gostei muito, que gerou um filme que gosto muito e uma série que eu também adoro. Hoje vamos falar da edição limitada da Editora Darkside do livro Psicose, do autor Robert Bloch. Muitos de vocês talvez já conheçam a história em função do clássico cinematográfico de terror de Alfred Hitchcock, mas não se enganem! Vocês ainda tem muito a ganhar com a leitura desse livro. Então não deixem de conferir essa resenha!

Vamos começar pela sinopse. Logo nas primeiras linhas somos apresentados ao enigmático Norman Bates, um gerente de um hotel à beira de uma estrada pouco movimentada em função de um desvio construído anos antes. Norman é um rapaz solitário, que gosta de passar seu dias lendo. Sente-se bem sozinho e não gosta de mudanças. Sua solidão só é perturbada pela passagem de um ou outro visitante que acaba pegando uma saída errada da nova rodovia principal... e por sua Mãe. 

Já aos 40 anos, Norman ainda vive com ela, e muito o incomoda que ela continue o tratando como um menino, chamando-o de "garoto". Mas ela é uma mulher doente e abandoná-la seria muito errado. E ele não gosta de mudanças, não seria bom mudar. 

Logo em seguida somos apresentados a Mary. Mary é uma jovem sonhadora e apaixonada. Literalmente. Ela conheceu Sam há pouco tempo e logo decidiu que ele é o homem de sua vida. Mas eles precisam de mais dinheiro se quiserem se casar. O rapaz herdara um negócio de ferragens cheio de dívidas após o falecimento de seu pai. E até quitá-las da maneira correta poderia demorar anos. Mary não tem anos, ela já está mais perto dos trinta que dos vinte. Não pode esperar.

Então quando um ricaço deixa 40 mil dólares em depósito na agência em que Mary trabalha, ela aproveita sua oportunidade e foge com o dinheiro. Mas a adrenalina e o cansaço consequente de dirigir por várias horas para se distanciar o máximo possível do lugar em que cometeu seu delito acabam fazendo com que ela se distraia... e ela toma a saída errada da rodovia principal. Sua única chance de descansar é uma espelunca que parece abandonada, chamada Bates Motel. 

E é desse desvio de trajeto que se inicia o conflito que move a narrativa. Minuciosamente construída, com os detalhes se encaixando pouco a pouco, somos levados pelo suspense criado por Robert Bloch, em meio a investigações policias e inflexões psicológicas na personalidade dos personagens. A narrativa flui e o leitor não tem vontade de largar o livro antes do final (pelo menos foi assim para mim quando li). Aqui vai um trechinho para atiçar a curiosidade:

"Por um momento, Norman quase pôde ouvir. Então ele lembrou que a chuva tinha seu ritmo, e passos... Na verdade, ele sentiu os passos, mas sem realmente ouvi-los; a antiga familiaridade ajudava os seus sentidos. Cada vez que a Mãe entrava em aposento, nem precisava olhar para saber que ela estava ali."

E diferente de muitas obras, esta não depende dos plot twists para ser emocionante e intrigante. Eu mesma li o livro já sabendo o que ia acontecer e mesmo assim aproveitei cada detalhe como se fosse a primeira vez que estivesse entrando em contato com ele. O que de certa forma, foi o que aconteceu. A escrita do autor torna os elementos da história inéditos, possibilitando uma imersão e adicionando uma complexidade muito maior na personalidade das personagens. E a interação entre os personagens é a melhor parte. Os diálogos são extremamente significativos e importantes para a narrativa. 

Para quem gosta de suspense, terror psicológico e investigação policial, este livro é um prato cheio. Ou para você que gosta de narrativas bem construídas e que dá importância para os detalhes, também vai ser uma experiência e tanto. E para aquela pessoa que adora uma reviravolta, caso não tenha tido nenhum contato com a história, este livro vai surpreender.

E esta edição da Darkside está impecável, tornando a experiência ainda mais incrível, com direito a imagens do filme de 1960 ao final. As cores preto e vermelho provocam ainda mais o clima de tensão que se constrói em torno da narrativa. As páginas são amareladas, o que também torna a leitura confortável. E ainda é de capa dura, o que é de praxe da editora, e que eu pelo menos adoro. 

Enfim, obviamente, tá recomendadíssimo. Se alguém aí topar a indicação, conta para gente o que achou nos comentários. 

Avaliação 5/5